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Aproxima-se o 25 de Abril de 2023, 49 anos após a Revolução dos Cravos e os ares são diferentes, pelo menos é o que parece. Há liberdade de expressão, pelo que parece. Há entendimento, compreensão, discussão de ideias… Pelo que parece.

Pela Europa inteira surgem novos movimentos, sendo uns mais esquerda, uns mais direita, uns liberais e uns antidemocráticos. Os noticiários questionam o porquê do mesmo, como aconteceu, por exemplo, com a eleição de Donald Trump nos EUA, com a eleição de Boris Johnson no Reino Unido ou com Fratelli de Itália a limpar com a competição. Assim se instaura a revolta e incompreensão na vida do típico millennial porque o mesmo não fazia sentido. Era impossível, mesmo os “ignorantes”, votarem em pessoas tão “desprezíveis”, mas o mesmo é bastante fácil de entender.

Revolucionários da ditadura do bem, a culpa é vossa. E se “revolucionários da ditadura do bem” é um insulto à personalidade do “jovem woke”, a questão que vos faço é muito simples. Quantas vezes disseram a alguém que não podiam dizer algo, que não poderiam pensar assim e a mítica frase “não digas isso” ou “não podes dizer isso”.

Esta maneira de comunicar iliberalmente foi o oxigénio para o fogo que são as visões mais extremas de como dirigir a sociedade em si, como é o exemplo de Donald Trump.

Desde os subúrbios de Compton até Beverly Hills a opinião sobre Donald Trump era a mesma. Um homem maléfico, racista, xenófobo, machista, ditatorial, conservador, etc… E tudo apontava para uma completa derrota do mesmo contra Hillary Clinton. No entanto, apesar do que apontavam as sondagens, o mesmo saiu vitorioso, com um discurso de eternas promessas do ponto de vista patriótico e económico, que para o típico americano era algo há muito desejável.

Apesar das sondagens, Trump venceu.

Mesmo quando questionados sobre as suas próprias ideologias, algum do eleitorado de Trump mentiu. Porque é isto que está enraizado na nossa sociedade de hoje em dia, pelo medo de repercussão social perante a sua opinião, que levou milhões de americanos a mentir, e continuar a mentir hoje em dia.

Há um padrão inerente sobre o exemplo estadunidense com o fim dos debates quinzenais em plena pandemia, num estado democrático, em Portugal no século XXI.

Além dos problemas sociais mediáticos, o maior, parece não ter o mesmo reconhecimento que outros visto que nós não debatemos mais. Desde a Assembleia da República ao Ritz, desde o Irish Pub aos cafés “escondidinho”, o debate e troca de ideias não é algo encorajado, não é algo aceitável, porque o medo inerente de expor uma ideia nova e ser cancelado pelo nosso grupo de amigos, é algo que ninguém quer fazer.

O meu pedido é simples. No crescente de uma nova ideia, por favor, expõe a mesma, sem medo de o outro se sentir ofendido ou atacado. Se houver injúrias e levantamento de voz, então, ganhaste o debate. A plena comunicação do teu lado, com alguém que tem outra opinião é algo tão simples e parece que se perdeu a arte de o fazer.

Tomei a liberdade de alterar a conhecida frase de Tom Walker: Para de pensar que toda a gente que discorda de ti é má, racista, sexista, ou estúpida, fala com a outra parte! Persuade a mesma da tua opinião porque senão, digo-te o que terás. Terás André Ventura ou geringonças, para o resto da tua vida.

Abraçando o mérito e renunciando a cunha, o papel do liberalismo é em base um debate de ideais entre indivíduos livres e capazes de agir de acordo com o seu próprio pensamento, gerindo a sua própria vida, promovendo eternamente a liberdade económica, política, e intelectual do indivíduo. A renúncia ao mesmo, é o abandono da liberdade e coletivização de pensamento, algo que a esquerda ergue como bandeira do politicamente correto. Se poder ao povo é o grito necessário, há que entender que poder ao povo é tudo menos poder ao estado.

Um comentário a “Liberdade ou Loucura”

  1. Avatar de Francisco Baião Seabra Ramos

    Melhor artigo, de longe, que já li neste site.

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