Na última semana, a ilha da Madeira tem enfrentado uma série de incêndios devastadores que, além de destruírem vastas áreas de floresta, colocam em risco a vida dos habitantes. Enquanto os bombeiros e voluntários trabalham incansavelmente para controlar as chamas, a atuação do Governo Regional está sob intenso escrutínio. Estes eventos, infelizmente, não são inéditos, mas a frequência e intensidade dos incêndios levam-nos a refletir sobre a resposta do Governo Regional. A questão que emerge é se esta liderança do presidente Miguel Albuquerque está realmente preparada para enfrentar um desafio desta magnitude, e, mais importante, se têm aprendido com os incidentes anteriores.
O presidente Miguel Albuquerque, com a sua longa experiência política, já teve de lidar com diversas crises de incêndio. No entanto, a sensação de que as ações do Governo são mais reativas do que preventivas é inegável. A proteção civil, sob a responsabilidade do Governo Regional, tem demonstrado dedicação, mas encontra-se frequentemente sobrecarregada, o que levanta questões sobre a suficiência dos recursos disponíveis e a eficácia das políticas de prevenção em vigor.
A gestão do território da Madeira requer uma abordagem que leve em consideração não apenas a resposta a emergências, mas também a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento urbano. A falta de limpeza de terrenos, a ausência de zonas de contenção adequadas e a gestão inadequada das áreas florestais são fatores que contribuem para a propagação dos incêndios, e que precisam de ser urgentemente abordados. Miguel Albuquerque, que tem um conhecimento profundo da Ilha, deveria ser a figura central a liderar uma mudança significativa nesse cenário. Embora a busca por recursos e apoio de Portugal continental seja importante, é essencial que o Governo implemente um plano de ação sólido, que inclua políticas ambientais, urbanísticas e campanhas de consciencialização pública.
Outro ponto que gerou controvérsia foi o facto de o presidente da Região Autónoma da Madeira estar de férias durante os incêndios que devastaram a ilha. Num momento de crise, a ausência do líder máximo do Governo Regional levanta questões sobre prioridades e compromisso para com a população. A liderança em tempos de crise exige presença e ação imediata, e a ausência do presidente durante uma situação tão grave enfraquece a confiança pública na gestão da crise.
Seja simbólica ou efetiva, a presença de um líder durante um desastre é fundamental para garantir que as decisões sejam tomadas com rapidez e que a população se sinta amparada. Neste caso, a perceção de que o presidente estava ausente enquanto o arquipélago enfrentava uma calamidade acentuou a sensação de desorganização e falta de preparo do Governo Regional. Este episódio ressalta ainda mais a necessidade de uma liderança comprometida, capaz de responder prontamente às emergências e de estar ao lado da população nos momentos mais difíceis.
A Madeira merece uma liderança que não só responda às emergências, mas que também invista no futuro da ilha e que proteja as suas florestas e os seus habitantes de tragédias evitáveis. A crise dos incêndios é um teste à resiliência da ilha e à capacidade de liderança do presidente da Região Autónoma da Madeira. Resta saber se Albuquerque estará à altura do desafio.
Pintura de capa por Jacob de Wet II
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