Vivemos num mundo que muitas vezes se assemelha a uma “panela de pressão” social, onde as expectativas das famílias, dos mídias e das redes sociais têm um efeito devastador sobre nós, especialmente sobre os jovens. Desde cedo, somos bombardeados com padrões de beleza, ideais de gênero e normas culturais inflexíveis, que parecem ser a medida definitiva da aceitação e validação social.
A questão não é fumar ou não fumar, beber ou não beber, ter ou não ter um relacionamento, ter filhos, casar-se ou permanecer solteiro, ter um corpo que atende aos estereótipos de beleza ou manter-se musculado como um armário. Estas são apenas algumas das muitas interrogações que inundam a mente dos adolescentes, minando a sua autoestima, gerando ansiedade e, em alguns casos, até mesmo levando à depressão ou a atos de bullying irreversíveis.
É fundamental que pais e professores tenham um papel ativo na educação dos adolescentes neste ambiente de alta pressão. Os adolescentes precisam de apoio para lidar com este problema e lidar com as expectativas sociais de maneira consciente.
No entanto, nada está perdido. Os pais e professores devem ajudar os miúdos a lidarem com as pressões sociais. Todos os adultos deveríamos seguir um padrão social de conduta que passa por um conjunto de atitudes a considerar:
Conversas sinceras e compreensivas sobre a pressão social com esta “maltinha”. Criar ambientes seguros para que eles possam expressar os seus sentimentos e preocupações, demonstrando empatia e compreensão. Não importa quão desconfortável seja, a chave está na escuta ativa e na resposta às suas perguntas e preocupações. Além disso, sem aquele julgamento, sempre desejado.
Fortalecer a autoestima: Ensine-os a apreciar e amar o que é. Mostra que, independentemente de atender ou não às expectativas sociais, eles são únicos e especiais. Ajude de maneira incondicional a construir uma identidade sólida e confiante, incentivando-os a desenvolver as suas próprias paixões e interesses.
Seja um exemplo favorável: Seja um bom exemplo aceitando e respeitando a sua própria individualidade. Ao fazer isso, você mostra o valor de ser genuíno e fiel a si mesmo. Lembre-se de que o jovem tem sempre o poder de observação das atitudes e comportamentos alheios. Portanto, seja um modelo confiável e aceitável. Por outro lado, os professores também têm um papel fundamental na diminuição da pressão desta panela. Cabe a estes criarem:
Ambientes escolares inclusivos, onde a diversidade de todos os alunos é respeitada e valorizada. A diversidade não é apenas cultural e étnica, mas também de interesses, habilidades e personalidades. Incentivarem os alunos a serem tolerantes e respeitosos uns pelos outros, ensinando-lhes a reconhecer as diferenças e a apreciar as individualidades.
Reuniões em sala de aula que incluem discussões sobre a pressão social. É essencial fornecer informações e habilidades para lidar com este problema. Os jovens devem saber que não estão sozinhos na expressão das suas emoções e que existem maneiras saudáveis de lidar com a pressão social. Uma estratégia fantástica é apresentar exemplos de pessoas inspiradoras que superaram obstáculos semelhantes e celebram a sua autenticidade.
Os alunos sob pressão precisam de apoio ativo. É uma ótima maneira de mostrar que o corpo docente está interessado em ajudá-los e que eles podem confiar na autoridade escolar sempre que precisarem de orientação ou de uma conversa. O professor deve estar sempre atento aos sinais de ansiedade e saber como encaminhá-los para uma intervenção mais eficaz, se necessário.
Empoderar os jovens a aprender a negar, confiar nos seus instintos e pedir ajuda quando necessário. Esta estratégia é a enfrentar a pressão social de maneira saudável e a tomar decisões que estão de acordo com os seus próprios valores e desejos.
É essencial lembrar aos adolescentes que eles têm o direito de serem quem são e não precisam de seguir as expectativas dos outros sobre eles.
Nós, como sociedade, temos a capacidade de estabelecer um ambiente onde os nossos jovens sejam incentivados a descobrir a sua própria autenticidade. Podemos libertá-los da pressão social e dos padrões impostos que limitam a sua liberdade individual, diminuíndo o fogo da panela.
Embora a pressão social seja verdadeira, também é uma luta que podemos vencer. Ao desenvolver a consciência, a empatia e a aceitação da verdade, podemos construir um mundo onde cada um de nós tem a liberdade de ser como é, sem o peso constante da conformidade. É hora de aliviar esta tensão e dar aos nossos jovens a oportunidade de expressar o que são.
O futuro pertence àqueles que abraçam a sua autenticidade e se destacam da multidão, sem serem escravos da panela de pressão.
Luís Sinate
Pintura de capa por Adriaen van Ostade
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