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Atualmente, ao ligarmos a televisão somos logo bombardeados com notícias sobre o conflito israelo-palestiniano.

Eu, assim como a maioria da população ocidental, não apresento qualquer tipo de resistência em condenar o ataque terrorista, em Israel, do passado dia 7 de outubro. Não, não foi uma ação de um grupo de libertação, pois grupos de libertação não atacam e massacram inocentes com o único objetivo de espalhar terror. E sendo um ataque terrorista, o estado de Israel tem o direito de defender os seus cidadãos.

No entanto, Israel, assim como qualquer outro país, não está acima do direito internacional. Israel pode capturar os líderes do Hamas, mas não pode condenar toda a população da Faixa de Gaza a uma morte agoniante dentro do seu próprio território, impedindo o acesso a bens e cuidados essenciais, como eletricidade, água potável, medicamentos e alimentos. Israel, assim como qualquer outro país, não pode usar armas químicas, como é o caso do fósforo branco. Estas armas têm a capacidade de causar um sofrimento agoniante e indiscriminado, não só a curto como a longo prazo.

Não, nem Israel, nem mais nenhum outro o estado tem direito a ter o seu “Dresden”, um crime de guerra não poderá ter espaço numa sociedade moderna, muito menos numa sociedade que se diz democrática. Bem sei que este argumento pode ser facilmente refutado dizendo que o Hamas também cometeu e continua a cometer crimes de guerra. Pois bem, se pensarmos assim, onde fica a distinção entre um grupo terrorista de um estado soberano? Onde fica a legitimidade moral do estado de Israel? Não se estarão a tornar naquilo que até hoje tentam combater?

A meu ver, e tendo pouco conhecimento sobre relações internacionais, a segurança do povo israelita só será alcançada quando a paz dos povos vizinhos também for alcançada. E, sendo eu um defensor da democracia, acredito que a paz só será conquistada quando o povo da Palestina for verdadeiramente representado pelos seus políticos, e não por um grupo terrorista.

E o que é necessário para tal acontecer?  Para que tal aconteça, é necessário que a sua soberania e autonomia sejam totais. Enquanto o povo da Palestina não tiver esperança na diplomacia, irão sempre permitir que grupos como o Hamas cresçam no meio da sua sociedade. Por outro lado, enquanto Israel continuar a ameaçar expandir o seu território para a Palestina, o povo irá olhar para o Hamas como uma voz que grita pelo seu direito de existência, mesmo sendo a intenção deste grupo terrorista a eliminação de Israel.

É urgente e necessário que Israel comece a olhar para a Palestina como um aliado e não como um inimigo e vice-versa, uma vez que terão muito a ganhar, primeiramente com a paz nos seus territórios e posteriormente com o crescimento económico dos dois países.

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