O que se diz por aí sobre os “Extremos”

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A quem mais interessa este discurso sobre o pseudo extremo na política portuguesa? Porque é que de repente (2019) começou a  ser utilizada, mais afincadamente, esta palavra para definir um ou mais partidos políticos em Portugal? Antes disso, vamos olhar um pouco para o contexto internacional que sempre se reflete no nosso pequeno grande país.

A questão que se deve colocar é: porquê? Metade da população no Brasil e nos EUA, por exemplo, votou em pessoas “tão instáveis”, “tão más” como qualificam Jair Bolsonaro e Donald Trump, ainda para mais depois de já terem governado anteriormente… Mas será que 106 milhões de pessoas no Brasil e 164 milhões nos EUA (valor aproximado da população representada nas percentagens dos votos dos eleitores) não quererão o melhor para os seus filhos, para os seus pais, para os seus netos? O exemplo da Pensilvânia, Estado importante para o xadrez político dos EUA (2017), que vem a dar a vitória ao “racista” Trump pelos votos dos Afro-Americanos. Bem, não sei, mas entre outros os argumentos do crescimento produtivo dos EUA, da segurança no Brasil e de que o outro candidato (em ambos os países) era pior, fazem sentido quando esses eleitores justificam na urna dessa forma, para ser o mais simplista possível.

Como culturalmente evoluídos, só temos de respeitar os processos democráticos. O que tenho ouvido e visto por aí escrito é, justamente os defensores da honestidade intelectual, o não aceitar o crescimento e o desejo do eleitorado quando este, por vezes se pronuncia, rotulando-o de ”radical”, “extremo”,” racista”, ”xenófobo”, etc., etc.

Também em Portugal há um espectro político que interessa o aparecimento e crescimento de novos partidos políticos com acento parlamentar. Alguns queriam manter a alternância de cores políticas no parlamento, alternância de governos sucessivos que permitissem alimentar máquinas e “sanguessugas” político/económicas. Outros queriam agradar ao seu eleitorado com críticas de tudo e todos, estando confortáveis sem nunca dar alternativas exequíveis ficando-se por “Robulos” ou Presidentes de Câmara (apenas uma na realidade) pró-tourada com um programa eleitoral central anti-tourada doentio. Que chatice.

Mas a resposta à pergunta do início está onde, à primeira vista, não se pensava estar. O Partido Socialista é o maior beneficiado com o aparecimento de partidos como a IL ou o Chega. Já que mantendo e enaltecendo todo o tipo de caracterização diminutiva, prende o eleitorado a si, à esquerda, e busca eleitorado no seu adversário e amigo de alternâncias (PSD) a direita. Enquanto houver fantasmas, o PS é quem mais beneficia nas urnas desta situação, basta olhar para esta maioria absoluta.

Mas como aparece o Chega? Sim, é verdade que numa primeira fase é o CDS o grande culpado ao colocar na terra a semente! Retirou o apoio político ao candidato Ventura, quando Ventura faz declarações enquanto candidato à Câmara de Municipal Loures e muitos milhares de portugueses se reveem nessas palavras. Depois alimenta o Chega com a transferência de militantes até definhar… Se não tivessem retirado esse apoio, teríamos hoje, talvez, um governo de direita a governar e um PSD/CDS com maioria parlamentar. Mas a semente só germina porque a terra estava bem regada e sim, o Bloco de Esquerda é o principal responsável pelo germinar do eleitorado do Chega…

Se durante década e meia as políticas do BE eram dissociadas da realidade, em 2015 passaram a ser implementadas pois, colocaram uma coleira na ânsia de poder do Sr. António Costa. Quando uma grande parte da população em Portugal vê que o BE “está” no governo, veja-se colégios fechados, PPP da saúde que poupavam milhões com melhores serviços serem encerradas, retirado o coeficiente familiar, entre muitas outras políticas, criou-se o sentimento na sociedade que havia necessidade de fazer algo (a terra estava pronta, faltava a semente).

Conheço alguns cidadãos que votaram Chega, pessoas trabalhadoras, de classe média, de classe baixa, de classe alta, não são xenófobos, não são racistas, elas não são feministas, eles não são machistas e querem no nosso Portugal todos os emigrantes possíveis que venham para trabalhar. Não gostam de ver as nossas forças de segurança desautorizadas, esvaziadas da sua atuação preventiva por uma ideologia Marxista/Trotskista que leva a insegurança não só dos nossos meios urbanos, mas também dos meios rurais. Tudo é excesso de autoridade… Claro que alguns players da segurança fecham os olhos, são humanos e têm filhos em casa… Mas é no vencimento, que lhes ferem mais a alma, a PSP ou a GNR são exemplos, são talvez as profissões mais mal remuneradas da sociedade em relação ao que representam, executam e se arriscam no dia a dia.

Não devemos compactuar com regimes pidescos, mas o comunismo de Cuba, da Venezuela, da Rússia, da Correia do Norte, não tira a fome da população, não tem liberdade de imprensa, faz repressão social e é isso que tenuemente começamos a ver com estes tiques de totalitarismo deste regime em curso. Veja-se a situação do StayAway Covid, da lei do arrendamento coercivo, da maior carga de impostos de sempre, etc., etc.

Há, existe e está cada vez pior a erosão da imagem da Política Nacional. Depois do que assistimos nesta comissão inquérito da TAP, se dúvidas houvessem, desapareceriam ao assistirmos a um ministro demissionário regressar ao fim de seis meses ao parlamento como uma estrela VIP, todos os elementos das suas bancadas pareciam que lhe estavam a prestar vassalagem, com cumprimentos, acenos e sorrisos ”não vá ele ser o próximo chefe”. Mas seis meses apagam a inoperância de 4 anos na TAP, nos caminhos de ferro, na habitação, no aeroporto? Tudo pastas fulcrais para o país e estiveram a cargo desta pessoa! Isto está putrefacto e têm medo de que os cidadãos (não o povo1) façam algo para mudar esta desgraça. Votar.


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