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No passado dia 12 de agosto celebrou-se o Dia Internacional da Juventude, contando este com uma multiplicidade de iniciativas desenvolvidas por diferentes entidades. A Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas reconhece os jovens como agentes de mudança necessários à sua implementação, sendo ainda a participação nas mais diversas áreas reconhecida como um dos princípios-guia da Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

A concretização destes princípios é, contudo, o desafio que se impõe, porque implica a consideração dos inúmeros entraves no acesso a oportunidades de participação, nomeadamente, a ausência de ferramentas adequadas, a reduzida educação/capacitação, as preocupações do ponto de vista económico e a ausência de recursos para a participação efetiva. O verdadeiro desafio encontra-se, assim, na capacidade de inclusão, significativa e sistemática, dos jovens nos vários processos, o que não tem sido conseguido.

O envolvimento por parte da juventude tem assumido uma carga tendencialmente simbólica e não necessariamente impactante, com os modelos atualmente existentes. Esta incapacidade tem a potencialidade de nos marginalizar de discussões fundamentais e de, simultaneamente, as tornar superficiais e ausentes do reconhecimento das necessidades e estratégias. Adicionalmente, a maioria dos modelos de participação atual considera a juventude enquanto entidade única, embora exista a essencial constatação das necessidades diferenciadas de uma pessoa de 15 e de 30 anos, bem como de duas pessoas da mesma idade e com contextos socioculturais e económicos distintos.

Enquanto Associação Nacional de Estudantes de Medicina, temos promovido, nos últimos meses, de forma mais próxima dos decisores políticos, a criação de um programa de Delegados Jovens à Organização Mundial de Saúde, como fórum de discussão e decisão política em temáticas de saúde de relevância para a respetiva comunidade juvenil. O programa em causa já foi implementado de forma sustentada noutros países europeus (Países Baixos, Alemanha e Noruega).

Pretende-se que este programa assente num processo transparente e que forneça as ferramentas necessárias para o cumprimento dos objetivos, numa oportunidade de incluir a perspetiva da juventude em assuntos de saúde global. Além disso, a tipologia destes programas permite a promoção de valores democráticos e a sustentabilidade das lideranças com desenvolvimento de competências. E demonstra, sobretudo, um compromisso com a juventude – enquanto agente de mudança no presente onde vive e para o qual pretende contribuir, representando este modelo um exemplo passível de replicação noutros espaços internacionais, nacionais e locais.

Ambiciona-se a amplificação da voz da juventude, pois a sua presença na mesa de discussão é, indubitavelmente, essencial para a reflexão proativa do futuro.

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