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Não há muito tempo, quando os principais partidos políticos apresentavam soluções quase milagrosas para resolver os problemas estruturais do nosso país, o atual primeiro-ministro não se cansava de exaltar efusivamente o seu magnífico plano. Este plano, assegurava ele, traria finalmente as tão desejadas mudanças caso chegasse ao poder, um garfo tão ansiado por muitos.

Passados alguns meses de governação, o cenário é infelizmente desolador. As políticas anunciadas, muitas delas de caráter claramente populista, não trouxeram o impacto esperado na vida quotidiana dos portugueses. As promessas não tardaram a revelar-se meras ilusões e os problemas estruturais continuam a assombrar o país. É cada vez mais evidente que milagres não acontecem com simples ‘slogans’ populistas, recitados para conquistar o poder.

O exemplo mais flagrante desta dissonância entre promessa e realidade encontra-se na governação de Montenegro. Ao contrário do que se esperava, Montenegro falhou redondamente em áreas cruciais, levando à regressão de sectores fundamentais que, até recentemente, apresentavam sinais de progresso.

Na área da saúde, os avanços conquistados com grande esforço foram rapidamente revertidos. Ao mesmo tempo, o Presidente da República parece querer minimizar a situação, reduzindo a indignação e o descontentamento da população a uma mera questão de expectativas frustradas. Este posicionamento sugere, de forma inequívoca, que nem ele próprio acreditava no sucesso do plano audacioso do seu partido, pelo menos a curto prazo como havia sido prometido.

Montenegro, com um discurso ambicioso e intrépido, comprometeu-se a apresentar um plano robusto num prazo de 60 dias. No entanto, em vez das soluções esperadas, o que se verificou foi uma sucessão de fracassos: promessas não cumpridas, setores essenciais a colapsar e uma população cada vez mais desesperançada.

Os milagres prometidos pela AD não chegaram. E, no lugar de um país revitalizado, temos uma governação marcada por retrocessos e desilusões. Fica claro que prometer o impossível, sem uma base sólida de políticas eficazes e coerentes, apenas agrava os problemas. 

Talvez seja tempo de admitir que o país precisa de algo mais do que discursos inflamados e promessas vazias – precisa de políticas reais, de compromissos sérios e de governantes que estejam à altura dos desafios. Porque, no final de contas, os milagres, na política, são raros – ou, talvez, inexistentes. Resta saber se esta será a marca deste governo ao longo de todo o mandato: promessas grandiosas seguidas por desilusões, deixando o país a lutar por respostas que nunca chegam.

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