Nos tempos atuais, a sociedade enfrenta uma crise profunda no que diz respeito aos valores familiares. A minha opinião é clara: estamos a falhar gravemente na preservação desses valores fundamentais. A família, que sempre foi o alicerce da sociedade, está a ser minada por ideologias e práticas que promovem o individualismo e a procura por satisfação imediata.
Primeiramente, é evidente a desvalorização do casamento. Antigamente, o casamento era um compromisso sagrado e duradouro. Hoje, tornou-se quase descartável. As elevadas taxas de divórcio e as relações efémeras são reflexo de uma sociedade que não valoriza a estabilidade, essencial para o desenvolvimento saudável das crianças. Esta banalização do casamento é um erro grave, que compromete a formação de laços familiares sólidos.
Adicionalmente, a crescente aceitação de modelos alternativos de família dilui os valores tradicionais. Se, por um lado, a diversidade deve ser respeitada, por outro, não podemos ignorar as consequências negativas desta desestruturação. Crianças que crescem sem a presença equilibrada de figuras paternas e maternas enfrentam, muitas vezes, dificuldades emocionais e comportamentais. A tradicional estrutura familiar oferece um ambiente mais estável e seguro para o crescimento e desenvolvimento das crianças.
Outro ponto crítico é a delegação da educação moral e ética para instituições externas. Os pais, que deveriam ser os principais responsáveis por essa formação, têm negligenciado este papel. Confiar exclusivamente nas escolas para educar os filhos é um erro que pode ter consequências desastrosas. Os valores fundamentais devem ser transmitidos em casa, pelos pais.
Além disso, a sociedade moderna promove uma cultura de consumo e satisfação imediata, que é totalmente contrária aos valores familiares. A ideia de sacrifício, compromisso e esforço a longo prazo tem sido substituída por uma busca incessante pelo prazer e realização pessoal imediata. Esta mentalidade enfraquece a estrutura familiar, pois não valoriza o esforço e a dedicação necessários para manter uma família forte e unida.
Concluindo, a sociedade atual não está a respeitar os valores familiares como deveria. É urgente um retorno aos princípios que garantem a estabilidade, a segurança e o bem-estar das gerações futuras. A família deve ser valorizada como a célula primordial da sociedade. Só através de um esforço consciente e coletivo poderemos assegurar um futuro onde os valores familiares sejam respeitados e promovidos, garantindo assim uma sociedade coesa e equilibrada.
Ema Azevedo
Pintura de capa por Jan Steen
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