A Associação Nacional de Estudantes de Medicina e o espaço europeu

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A participação cívica, de forma sempre concordante entre as suas diferentes formas, é a potencialidade de intervenção e de decisão nas políticas locais, regionais, nacionais, europeias e internacionais por parte dos cidadãos. O presente ano representa, sendo assim, um momento de enorme potencial para todos e qualquer um de nós: primeiro, com as eleições legislativas e, agora, mais recentemente, com as eleições europeias. 

A saúde é uma temática central do quotidiano e, embora esta em particular seja da responsabilidade maior dos Estados-membros individualmente, as políticas de saúde da União Europeia servem como complemento às políticas estabelecidas por cada um destes, garantindo a proteção da saúde em todas elas. 

O EU4Health Programme estabelece-se como o maior programa de saúde da União Europeia, estando assente nas áreas de melhoria e promoção da saúde, proteção das pessoas, de acesso a fármacos, dispositivos médicos e produtos relevantes em situação de crise, assim como o reforço dos sistemas de saúde. 

Este último objetivo concretiza-se em termos de reforço da evidência e dados em saúde, das ferramentas e serviços digitais, assim como a transformação digital dos cuidados de saúde. Tal deve ser paralelo e complementar àqueles que são os atuais e futuros desafios na garantia de acessibilidade aos cuidados de saúde pelas populações. 

Por outro lado, também recentemente foi aprovado o European Health Data Space que pretende potenciar o uso primário e secundário dos dados em saúde, enquanto mecanismo de criação de um sistema consistente, fiável e eficiente para a investigação, inovação, regulação e elaboração de políticas em saúde baseadas em evidência.

A Associação Nacional de Estudantes de Medicina, que aqui represento, pretende o início de um caminho, a par com outros parceiros nacionais e europeus, para a recolha de evidência sobre boas práticas nos currículos dos futuros profissionais de saúde, mas também destas quando aplicadas no sistema de saúde na generalidade. 

Reconhecemos capacidade de intervenção naquela que também é nossa prioridade – a qualidade na prestação de cuidados de saúde às populações, e o impacto positivo que a abordagem da saúde digital integrada nos currículos, de forma interdisciplinar e voltada para a sociedade e seus respetivos parceiros, pode ter. 

O objetivo final, a curto-prazo, é a elaboração de propostas que versem sobre a potencialidade nacional refletida neste espaço europeu, levando-o, simultaneamente, à proximidade dos estudantes, e à saúde digital ao domínio do seu conhecimento. 

Como tudo o que se vê mais ao longe, por decorrer em escalas diferentes, torna-se para nós, sociedade civil, de maior dificuldade de compreensão o nosso impacto e o impacto das decisões tomadas a nível europeu no nosso quotidiano. Por esta razão, devemos, enquanto estruturas estudantis, assumir também um papel preponderante naquelas que são as decisões tomadas a este nível. 

O futuro está cada vez mais próximo do presente – urge refletir sobre a adaptação necessária para os desafios que se avizinham. 

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